quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Inclusão digital: software livre para a democratização

Karen Kohn

A sociedade moderna caminha a passos largos no desenvolvimento das tecnologias que hoje se tornam essenciais e estão diretamente inseridas no cotidiano a nas atividades práticas do fazer e do conhecer humano.
Ao passo que as NTICs (Novas Tecnologias da informação e da Comunicação) beneficiaram uma boa parcela da população, uma parcela maior ainda sente as conseqüências desse processo. Com a aceleração dos processos informativos e tecnológicos, houve um aumento da desigualdade social. Enquanto a elite corre lado a lado com o desenvolvimento, um número cada vez maior de pessoas fica em situação de desprezo e insignificância, na poeira dos que tomam a frente nessa corrida injusta e imperativa.
Por que buscar a inclusão digital? Essa é uma questão relevante que identifica que a sociedade deve fazer algo para mudar a realidade que se torna cada dia mais implacável para a população menos favorecida nesse cenário de opressão e miséria. É claro que este não é o pior dos problemas que devem ser tratados e amenizados, mas é importante tentar dar mais dignidade e esperança de vida para muitas pessoas que não visionam um futuro pródigo.Parece um pouco utópico falar em inclusão digital num país que sofre exclusões muito mais graves e padece com a fome, miséria, desemprego, analfabetismo e distribuição desigual de renda. Segundo o IBGE, 16,6% dos lares brasileiros possuem computador, desses, 13,8% o utilizam diariamente e apenas 9,6% acessam regularmente a Internet.
A luta pela inclusão digital está atrelada às lutas pelos valores humanos, pelos direitos sociais, direito que pertence a toda humanidade; direito ao saber, ao conhecimento, a comunicação, a informação; do mesmo modo que existem lutas em prol da natureza, dos animais, da liberdade de expressão, é necessário lutar pelo software livre, abolindo com o sistema de dominação monopolista e capitalista dos grandes conglomerados que detêm a produção e distribuição das tecnologias e da informação.
É preciso alfabetização e formação digital como alicerce para a melhoria da qualidade de vida e estruturação política, econômica e social; ainda mais em tempos que a Internet se torna o núcleo onde tudo se faz e tudo acontece.

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