terça-feira, 29 de janeiro de 2008

40 ANOS SEM CHÊ?

O jornalista norte-americano Jon Lee Anderson (foto), autor da mais completa biografia de Che Guevara, com 920 páginas, esteve em Porto Alegre dia 1º de outubro.
Foi palestrante no curso de altos estudos Fronteiras do Pensamento, na UFRGS. Falou sobre “O pensamento após a modernidade”. Pensamentos, idéias, ideologia, convicções e amor à causa foram marcos determinantes na vida de Ernesto Che Guevara. Fronteiras eram relativizadas, tal como é hoje o comércio, globalizado.
Em 8 de outubro de 1967, no calor da Guerra Fria e na longa seqüência de caça aos comunistas, foi preso nas montanhas de Vallegrande, Bolívia, o médico argentino que deu sua vida pela causa do socialismo, o Che.

Aos poucos, a história deste herói de muitas pátrias e várias nacionalidades vem sendo revelada. O filme Diários de Motocicleta produzido pelo cineasta brasileiro Walter Salles, mostra a famosa viagem que o estudante Che fez pela América do Sul, acompanhado de amigo Alberto Granado. Viajaram em uma motocicleta, La Poderosa, que não resistiu. Quer saber detalhes do filme?
Iniciava a jornada de lutas de um idealista, cuja infância foi vivida com a família na região missioneira da Argentina, próximo a Posadas. Che, quando adolescente foi vizinho de nossos pais.
Vitorioso em Cuba, foi ministro da economia do governo revolucionário, no poder até hoje, apesar da proximidade geográfica com os Estados Unidos, principal inimigo de Cuba (talvez de muitos outros países).
Após lutar na África, Che resolveu “espraiar” a experiência da revolução socialista cubana pela América do Sul. Pensava que Cuba isolada não resistiria muito tempo e necessitava conquistar aliados para somar forças. Essa teria sido a grande divergência entre ele e Fidel Castro.
Cuba ainda resiste e Che foi morto aos 39 anos, em 9 de outubro de 1967, às 13:10h., pelo soldado Mario Terán, a mando do governo boliviano, orientado pela CIA. Nas horas em que permaneceu preso, na escola da localidade chamada La Higuera, antes de ser executado, Che foi “visitado” pela agente da CIA Felix Rodriguez, disfarçado de oficial do exército boliviano.
Morto o médico guerrilheiro, seu corpo foi fotografado antes de ser enterrado em vala comum com seus companheiros nas montanhas da Bolívia. Seus restos mortais foram encontrados e transferidos para Cuba, em julho de 1997, quase 30 anos depois, à exceção de suas mão, que foram decepadas. Che ao ser preso teria dito: “Não atire. Eu sou Che Guevara. Valho mais para você vivo do que morto.“ Naquele momento, isso convenceu o sargento Bernardo Huanca, autor da prisão, a poupar-lhe a vida. Por pouco tempo.
O alto escalão do governo boliviano tinha outra intenção. Ordenou sua execução, transformando um homem simples no maior mito da história recente, especialmente entre os jovens.
Mesmo após a queda do bloco socialista liderado pela URSS, o retrato de Che continua estampado em uma diversidade de produtos, identificando os milhões de portadores como rebeldes, que lutam contra as injustiças e desejam um mundo melhor.
Se Che fosse vivo sua imagem não seria mercadoria. Ouça aqui o som que os rockeiros de Goiânia produziram. Mas, se algo simboliza o idealismo e liderança, em todo o planeta, é o retrato de Che.
Contra a vontade de poderosos capitalistas e exploradores, por ele chamados imperialistas, CHE VIVE.

Juarez Braga Zamberlan - quase jornalista CESNORS/UFSM.

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