domingo, 16 de dezembro de 2007

Indústria Cultural: música equivocada


A indústria da música está deslocada, analisando de uma forma generalizada, o que se vê é que quanto mais surgem bandas e artistas novos na mídia de massa, mais a qualidade das músicas decai e mais essas mesmas músicas ficam parecidas, tanto em conteúdo quanto em estrutura. Literalmente, as bandas tocam conforme a música, seguindo padrões estabelecidos por essa mídia, se curvando para anseios do marketing e se tornando, assim, exclusivamente um produto. Claro que apenas as bandas que conseguem chegar à atenção da mídia.
Já se falou muito em Indústria Cultural [1], e realmente acredita-se que esse conceito se enquadra bem na situação da música atual. A produção de músicas tornou-se um processo automático, encarado como um procedimento normal, um modelo a ser seguido por todos, e sem uma data marcada historicamente do início de sua massificação, visto como uma adoção natural dessa padronização sonora. Então, mesmo frente a tantas críticas, as bandas não percebem que apenas fizeram mais do mesmo.
Esse fato pode ser notado constantemente, no entanto, há ainda casos em que nem a produção da música é feita pelos artistas. Nessa condição contemporânea da música, em que o eletrônico entra em discussão, constantemente músicas são apenas remixes de outras músicas já existentes, e que já estão na mídia. Basta, para esses profissionais, seguir o modelo vigente, recortar e remontar a música de maneira que aparentemente seja diferente, mas com a mesma essência.
O sistema de produção sonora está se massificando. E como, em sua maioria, o público tem acesso apenas ao que é veiculado nos meios de comunicação de massa, como o rádio e a televisão aberta, esse procedimento que vigora na indústria cultural é aceito e, surgindo algo diferente, que extrapola esse modelo, acaba sofrendo uma rejeição considerável. Isso acaba restringindo esse público apenas a essas produções musicais equivocadas e instantâneas, já que surgem bandas a todo tempo na mídia, que desaparecem na mesma proporção.
Porém, como foi citado no início do texto, esse ponto de vista é feito de forma generalizada, já que, com o surgimento da Internet[2], algumas poucas pessoas têm acesso a produções musicais alternativas. Existem muitas bandas novas, com uma qualidade enorme, mas que não são reconhecidas apenas por não estarem na mídia de massa, e talvez por isso ainda tão boas, já que não foram atingidas pelo interesse comercial e a influência desta.
Frente a todos esses pontos, agora sim se pode afirmar efetivamente que a indústria musical está deslocada. Enquanto muitas bandas fazem músicas padronizadas e, conseqüentemente, de baixa qualidade, há outras tantas com um talento indiscutível, mas que não são reconhecidas pela mídia, excluindo um grande público de conhecer essa alternativa musical.




Bibliografia:

DUARTE, R. Teoria crítica e indústria cultural. Disponível em:
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/330/33070111.pdf -
Acesso em: 06 dez. 2007.

CASTRO, G.G.S. Music: música, escuta e comunicação. Disponível em: http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/rbcc/article/view/891/673 -
Acesso em: 07 dez. 2007.
[1] http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/330/33070111.pdf
[2] http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/rbcc/article/view/891/673

[1] http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/330/33070111.pdf[1] http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/rbcc/article/view/891/673

Professor: Sandro Silvello
Diciplina: Laboratório de Comunicação Digital
Acadêmica: Morgana Fischer

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