sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

A Discussão do Século.

A discussão do século

A discussão sobre a divisão do texto opinativo e informativo vem de séculos atrás, onde estudiosos tentavam provar que há a possibilidade de dividir esses gêneros. Carlos Chaparro comenta em seus textos que é praticamente impossível fazer essa distinção, pois “os fatos jornalísticos têm materialidade, sim, mas têm, principalmente, causas, efeitos, contextos, significados.” Isso explica porque a opinião do jornalista é tão importante num texto informativo.
Acredito que os gêneros opinativo e informativo sempre andaram lado a lado. Toda vez que alguém vai informar um acontecimento, invariavelmente acaba expressando ali seu ponto de vista, mesmo que isso ocorra subjetivamente. Chaparro comenta que se falava na possibilidade de fazer um texto estritamente informativo, onde o leitor é que daria a sua opinião no momento da leitura. Os pensadores diziam que os leitores não necessitavam ter uma opinião “mastigada”, mas que eles próprios poderiam exercitar o pensamento crítico.
Penso que mesclar um texto opinativo com uma informação não é dar uma interpretação preestabelecida ao leitor. O jornalista, em seu papel de mediador, está apenas introduzindo a sua visão, ao invés de noticiar o fato de forma totalmente objetiva. O que, imagino eu, seja impossível. Mesmo que em seu texto, o jornalista não seja pessoal e subjetivo, sempre vai haver um traço da sua opinião nas entrelinhas.
Segundo Chaparro, “a boa obra jornalística resulta, portanto, da relação interativa entre informação e opinião – uma relação dialética, estratégica, carregada de subjetividades.” O ponto chave para essa discussão seria então, o jornalista ter a habilidade de interagir opinião com informação. Fazer com que ambos os gêneros estejam entrelaçados em seu texto, tornando a leitura interessante.
A estratégia usada é o fator mais importante. Tendo “feeling” o jornalista consegue escrever um ótimo texto sem confundir a cabeça do leitor. Inter-relacionar opinião e informação de maneira inteligente é uma obrigação do profissional atual, coisa que não está sendo ensinada nos cursos de comunicação ultimamente. Um lapso nos currículos que está prejudicando toda uma era de jornalismo, onde quem sai perdendo somos nós, aspirantes dessa prática.


Priscila Devéns


Referencias: http://www.oxisdaquestao.com.br/integra_integra.asp?codigo=49

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